Lema do Alcoólicos Anônimos vale como alerta nas festas de final de ano.Encontros sociais, várias confraternizações e as festas de final de ano. Aproveitar ao máximo, tomar todas? Whisky, vodka, pinga, cerveja, o que lhe for agradável? Isso tudo parece alegre e divertido, mas não é assim que pensam os freqüentadores do A.A. de Batatais. Pelo contrário. Manter a distância e evitar o primeiro gole é a luta diária de quem sabe o poder destrutivo das bebidas alcoólicas.
Parece ser um problema distante de todos nós, mas basta exagerar um pouco na bebida que a pessoa perde a noção dos riscos de vida que corre e das situações inconvenientes que acaba lhe acontecendo. Faltar no trabalho, brigar com amigos e com a família, passar constrangimentos e até se envolver em um acidente de trânsito são só alguns problemas que a ingestão descontrolada de álcool pode causar, pois ainda têm os problemas de saúde, doenças hepáticas, coronárias e cerebrais. Nesta hora, o que era lazer pode se transformar em pesadelo.
Nesta semana, a nossa reportagem entrevistou um freqüentador do A.A. de Batatais, que, devido à tradição da instituição internacional, não pôde revelar sua identidade. Ele freqüenta a instituição há sete anos, e não deixa de ir às reuniões semanais. Começou a participar seu problema pessoal com outros freqüentadores todas as semanas, buscando forças para não mais ingerir bebidas alcoólicas.
“Comecei a freqüentar o A.A. pois a bebida estava me atrapalhando. Tenho problema de hepatite e tinha que parar de beber, pois sei que minha saúde poderia piorar”, disse.
Muito receptivo, o freqüentador nos informou que Batatais possui três grupos de Alcoólicos Anônimos. O grupo Unidos Venceremos está em período de experiência, funcionando a apenas um ano no Centro Comunitário do bairro do Jardim São Carlos (encontros às quintas-feiras, das 20 às 22h), o grupo do bairro Vila Maria é o mais antigo, fundado em 1980, funciona no salão paroquial da igreja São Sebastião (encontros às segundas-feiras, das 20h às 22h), e o grupo Batataense, que funciona no Centro Comunitário do bairro Nossa Senhora Auxiliadora, localizado na avenida Moacir Dias de Moraes, n.º 1 (encontros de quarta e sexta-feira, das 20h às 22h). Ao todo, nos três grupos, freqüentam cerca de 40 pessoas.
O freqüentados comenta que todas as pessoas que procuram o apoio do A.A. pela primeira vez recebe um folheto gratuito, que possui 12 perguntas para serem respondidas. Se quatro respostas forem positivas, essa pessoa pode apresentar problemas com a bebida (faça o teste nesta página). O lema da instituição é “Evite o primeiro gole só por hoje”, que deve ser exercitado todos os dias. Outras frases incentivam as pessoas a procurarem apoio no A.A., como por exemplo; “Se você quer beber o problema é seu. Mas se você quer parar o problema é nosso”.
“O A.A. não entra em controvérsia. Não entra e nem combate qualquer causa. Ele funciona exclusivamente para as pessoas manterem a sobriedade, evitando a bebida, entrando em recuperação e a mantendo, um dia de cada vez. Mesmo depois de anos, é importante continuar freqüentando as reuniões para fazer a manutenção. O alcoolismo não tem cura. Não é como um remédio que você toma e fica livre do problema. É uma batalha diária”, disse o freqüentador.
Segundo ele, muitos que freqüentam o A.A. relatam sentir muita vontade de beber, e até chegam a sonhar que estão bebendo. Alguns até chega a recair, mas voltam a freqüentar as reuniões para buscar auxílio. Nosso entrevistado comenta que vê muitos jovens, até adolescentes, ingerindo bebidas alcoólicas, o que pode prejudicá-los futuramente.
Box com fonte pequena
Responda as perguntas do A.A. e saiba se você tem problemas com o álcool.
1. Já tentou parar de beber por uma semana ou mais sem conseguir atingir seu objetivo?
2. Ressente-se com conselhos de outros que tentam fazê-lo parar de beber?
3. Já tentou controlar a tendência de beber demais trocando uma bebida alcoólica pela outra?
4. Tomou algum trago pela manhã nos últimos doze meses?
5. Inveja pessoas que podem beber sem criar problemas?
6. Seu problema de bebida vem se tornando mais sério nos últimos doze meses?
7. A bebida já criou problemas no seu lar?
8. Nas reuniões sociais, onde as bebidas são limitadas, você tenta conseguir doses extras?
9. Apesar de prova em contrário, você continua afirmando que bebe quando quer e pára quando quer?
10. Faltou ao serviço durante os últimos doze meses por causa da bebida?
11. Já experimentou alguma vez um “apagamento” durante uma bebedeira?
12. Já pensou alguma vez que poderia aproveitar muito mais a vida se não bebesse?
Creditos: Virgilio Oliveira Jornal A Tribuna
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